quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Fuga pela Claraboia - URCA 2012 (ENTREVISTA)



Entrevista com o professor-poeta Francisco de Freitas Leite.


Freitas, como um de seus livros vai cair no vestibular da URCA, queriamos saber:

1)             Qual seu estilo?

Em minha poesia como um todo (considerados os quatro livros publicados e os inéditos), não consigo definir um estilo que a caracterize definitivamente (talvez a falta de um estilo determinado seja sua marca) e prefiro vê-la como poesia típica do ecletismo pós-moderno, mas um outro (um crítico vendo-a com o discernimento próprio do que olha de fora) possa-a melhor identificar nela um estilo que eu, com autor (de tão de dentro que a observo), não consigo enxergar.
Em Fuga pela claraboia em particular, (diferentemente de Nacos, cujo estilo formal de poesia visual é a marca principal) o estilo da poesia versificada sem rima e sem métrica de gosto mais jovial ocorre predominantemente. Não há uma temática rígida a não ser a inquietação poética do olhar inventivo do poeta no cotidiano das gentes.

2)             Sua inspiração?

Em fuga pela clarabóia aparecem poemas com diversas temáticas e de motivos diversos. Não há uma inspiração única (como o sertão reinventado de Ave, sertão!), mas uma coleção de poemas reunidos pelo pretenso desejo de constituir um livro leve e de leitura ao gosto de um público jovem.

3)             Você segue alguma corrente?

Não. Correntes prendem e, como já dizia Belchior, “não vou eu mesmo atar minha mão”... prefiro estar à vontade para seguir aonde levar a poesia.

4)             Quais são as principais características notadas em seus poemas ou escritos?

Falando exclusivamente de Fuga pela claraboia, quanto à forma a principal característica é a não adoção de forma fixas de poemas e o, como já dito, o uso de versos sem rima e sem métrica, mas organizados conforme o ritmo ou em função da expressividade poética; quanto ao conteúdo, é caro para mim o ser humano em seu interior conflituoso e em seu exterior processual.

5)             Como poderíamos analisá-los?

Analisar poesia é tarefa complexa, porque poesia é mais pra ser sentida do que pra ser entendida ou compreendida. Isso quer dizer que, nessa tarefa, entram componentes individuais, vivenciais, mas também conhecimentos estéticos... ou seja, para se analisar poesia, tem-se de ter “leituras” que vão além das leituras poéticas... de qualquer forma, indico, como exemplos de análises e estudos da minha poesia, os prefácios dos quatro livros (em Fuga pela claraboia, o prefácio é de Íris Tavares), uma monografia sobre minha produção poética de autoria de Ana Cristina S. Prado e um artigo do professor Flávio Queiróz publicado no livro “As veredas da pesquisa em Letras: ensaios críticos e teóricos”.


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