sexta-feira, 25 de novembro de 2011

UFRN - 2012 CRÔNICAS DE ORIGEM



CRÔNICAS DE ORIGEM – Luís da Câmara Cascudo

Gênero: Crônicas
Estilo: Modernismo

AUTOR: Luis da Câmara Cascudo nasceu em Natal em 1898 e faleceu na mesma cidade em 1986. Filho único de uma família abastada, para os padrões locais no inicio do século XX, e próxima ao círculo de poder em Natal, Cascudo teve urna educação privilegiada desde cedo; começou a escrever em A Imprensa, periódico diário de propriedade do seu pai, o Coronel Francisco Cascudo; estudou Medicina no Rio de Janeiro até o quarto ano mas acabou se formando bacharel em Direito, pela Faculdade do Recife, em 1927; atuou como professor, jornalista, advogado e escritor. A obra de Cascudo é imensa - com mais de 150 publicações, entre livros e uma prolífica correspondência - e teve Natal e o Rio Grande do Norte como um dos seus objetos e locais privilegiados de Investigação sobre cultura, em seu sentido lato, identificando permanências, circulações e transformações de idéias, modelos e objetos culturais no tempo e no espaço. Câmara Cascudo foi um expoente do modernismo no RN, não figurando nos livros didáticos futuros, por se recusar a sair de Natal e ir para São Paulo centro das manifestações modernistas no Brasil.

OBRA: As Crônicas de Origem retratam o surgimento de uma nova cidade dentro de uma perspectiva Modernista e apresenta o intelectual que puxou para si a responsabilidade de escrever sobre o passado que inexoravelmente ia se distanciando. A coletânea é dividida em duas partes. A primeira é composta de um estudo introdutório, que estabelece conexões entre as crônicas e as transformações vividas pela cidade de Natal que nas duas primeiras décadas do século XX foram sacudidas pelas influencias modernistas, A segunda parte é composta por 16 crônicas.

CARACTERÍSTICAS:

• Dono de uma linguagem ao mesmo tempo coloquial e elegante, seu estilo caracteriza-se também pela linguagem original e espontânea.
• As crônicas não falam apenas da Cidade de Natal. Falam também de seu autor, das cores, das manias da época e de algumas personalidades.
• Valorização de elementos do passado associado a necessidade do progresso.
• Questionamento sobre a participação dos escritores diante das questões que agitavam a cidade.
• Lirismo relacionado aos hábitos dos moradores da antiga Natal.
• Reconstituição histórica da cidade antiga
.
RESUMO:
1 – Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte: Cascudo sugere que o dever dos historiadores da cidade era o de recuperar do esquecimento, encontrando, estudando e comentando os documentos que falavam do passado.
2 – A noite em Natal: O narrador relembra uma cidade em que ao cair da noite obrigava os moradores se refugiarem em casa para evitar a escuridão ou a semiescuridão dos lampiões da rua.
3 – A casa do operário: Uma apologia ao Centro Operário Natalense, enfatizando sua preocupação em relação ao operário e numa linguagem lírica sugere que também o operário se valorize. Cascudo era sócio honorário do C.O.N.
4 – Homo Brasiliensis: A crônica saúda a emergência, entre nós, de um novo tipo de homem, o qual, adotando um novo estilo de governo, teria afastado a influência daquela política corroída pelos vícios do personalismo e dos interesses pessoais que emperravam o progresso e a autonomia do Estado.
5 – Lei n. 145: Cascudo relembra a lei de apoio a publicação de livros, aprovada em agosto de 1900.
6 – O livro das velhas figuras (LARICO PELLADO): Uma história hilária do governante Alarico José Furtado, vaidoso e esnobe, foi aclamado em cerimônia popular, mas de tanto abanar a cabeça agradecendo as salvas sua peruca caiu deixando a mostra um crânio nu, pontiagudo brilhante.
7 – A nossa D. G. de E.: Aqui o narrador discorre sobre o ensino agrícola incentivado pelo governo Lamartine que estava adotando métodos modernos de organização da produção e dos dados da economia estadual, essa última mediante a uma organização da Diretoria Geral de Estatística. A idéia seria aplicar conhecimentos técnicos como parte de uma política de melhoramentos da lavoura de algodão.
8 – O doutor Antunes: O cronista aqui, observa a pacata domesticidade de Natal, aludindo às formas de sociabilidade da cidade, médico conhecido por fazer parte dessa domesticidade das velhas ruas de Natal.
9 – E a nossa universidade popular?: Dentro das atividades educativas desencadeadas pelo governador José Augusto, ele sugere assuntos que pudessem concorrer com a instrução do operariado, indicando os nomes dos palestrantes para desenvolver cada um deles. Assim, depois de aludir ao plano de estudos que traçara para a Universidade Popular, Cascudo, conclama dois intelectuais que haviam realizado viagem de estudos ao Egito para falar ao público naquele grêmio.
10 – A taça florida: Nessa crônica Câmara Cascudo se reporta a uma Natal pródiga em jardins cuidados por mãos recatadas de donas de casa, uma cidade cujos moradores encontravam tempo para cuidar das flores, que eles conheciam pelo nome.
11 – Carnaval! Carnaval!: Aqui o cronista faz uma retrospectiva histórica do que seria o carnaval no decorrer da história e o carnaval do entrudo em Natal.
12 – Proteção da alegria popular: Aqui o cronista condena a posição de indiferença e esnobismo das elites locais através do sarcasmo ele critica o registro da evolução social e econômica da região.
13 – Angelo Roselli: Nessa crônica dedicada ao comerciante Ângelo, Cascudo invocava a cidade do passado como uma Natal Velha e deliciosa, dorminhenta à beira-rio, tão recatada e doce como a água móbil e verde.
14 – O novo plano da cidade I - A cidade: Trata-se de um plano de urbanização da Natal antiga.
15 – O novo plano da cidade II - A Ribeira do “Master Plan”: O plano que segundo o cronista seria mais eficaz que o anterior, pois deveria interligar o espaço urbano sem destruir as linhas básicas do ordenamento da cidade, o que, de acordo com Cascudo, efetivamente estava sucedendo.
16 – Junqueira Ayres: Homenagens e lembranças a grandes personalidades, A Junqueira Ayres, por exemplo, que virou nome de rua, faz referencias elogiosas a sua intelectualidade e sensibilidade.


TEMÁTICA:

• O poder destrutivo do tempo
• Saudosismo
• Metalinguagem
• Urbanização
• Passado X Presente
• Humor
• Personagens históricos.

9 comentários:

  1. Muito bacana, tem informações aqui muito interessantes! By: Gina

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  2. Parabéns pelo seu trabalho de estudo do livro CRÕNICAS DE ORIGEM.
    É incrível,principalmente, quando já se tem lido a obra, pois esclarece as ideias que surgem ao decorrer de toda a leitura.

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  3. Parabéns, mesmo sem a leitura da obra, é fácil entender todos os pontos principais que a obra aborda.

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  4. Excelente. Grande professora.

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  5. Obrigadaa Ril ^^, não deu pra ler o livro, mas felizmente eu achei essa análise no seu blog. E é bem difícil de encontrar algo sobre essa obra, mt obrigado :D

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  6. Parabéns pelo ótimo trabalho!
    Fiquei muito feliz por encontrar, vai me ajudar muito na minha prova!
    Sucesso para você!

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